quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

"CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO"

História

O atual município de Canindé de São Francisco fez da parte sesmaria de trinta léguas concedida, em 1629, ao desembargador Burgos e outros, não tendo grande atenção dos seus desbravadores.
Até o início do século XIX, apresentava somente 3 ou 4 fazendas dispersas. Ao final do século, Francisco Cardoso de Brito Chaves comprou a grande propriedade, até então inexplorada, e se assenta à sede municipal de Curituba. Mais tarde, o Coronel Francisco Porfírio estabelece um curtume de couros em sociedade com o Coronel Antônio Porfírio de Brito. Esse curtume impulsiona o povoamento da região.
Em 07 de Novembro de 1899, a povoação é elevada à categoria de sede do Distrito da Paz, sendo posteriormente revogada. Em 1938 foi elevada a vila e, em 1953, passou à categoria de cidade e sede do município.
A cidade original, de fato um pequeno aglomerado à margem do rio São Francisco, foi abandonada e a sede municipal transferida para o platô, quando da construção da Usina Hidrelétrica de Xingó. Em 06 de Março de 1987 foi inaugurada a nova Canindé.

Clima / Tempo

O clima da região é semi-árido, com sete a oito meses secos (de agosto a março), de sol e muito calor. As chuvas ocasionais são concentradas em poucos meses do ano (de maio a agosto). As temperaturas são altas durante todo o ano, variando entre 24ºC e 33ºC, mas podem chegar até 43ºC no verão.

 

Pontos Turísticos

Passeio no Cânion do Xingó

Com a construção da barragem da Usina Hidroelétrica de Xingó no Rio São Francisco, deu-se origem a um cânion, formado por um vale profundo, com 65 quilômetros de extensão, 170 metros de profundidade e largura que varia de 50 a 300 metros.
O visual é muito bonito, com rochas de granito avermelhado e cinza na encosta, além das diferentes espécies de aves e répteis na caatinga, vegetação do local. Há possibilidade de fazer passeios de lancha, escuna e catamarã (veleiro de dois cascos) por um labirinto para admirar o local.

Vale dos Mestres
A 30 quilômetros da sede do município, próximo ao povoado de Curituba, inicia-se uma caminhada de aproximadamente duas horas, desde um riacho seco até os paredões de rocha arenítica com pinturas e gravuras rupestres de três mil anos.


Grande pedra no Vale dos Mestres

Gruta do Talhado

A gruta recebeu seu nome por suas paredes que parecem ter sido talhadas à mão. Os paredões enormes com rochas areníticas têm diversas formas e um visual muito bonito. O local é próprio para banho e mergulho, além de ter um santuário para São Francisco.



Sítio Arqueológico Mundo Novo

O visitante tem a oportunidade de conhecer as formações de arenito e pintura rupestre no local. São sete trilhas pela a caatinga, de nível fácil e guiadas. O sítio fica na estrada que segue para Paulo Afonso e as visitas são pagas e devem ser agendadas.


Pedra que representa uma galinha



Grota do Angico

A Grota é o local onde Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram mortos pelos soldados comandados pelo tenente João Bezerra da Silva, no dia 28 de julho de 1938. Para chegar ao local é necessário atravessar o Rio São Francisco. Pelo caminho é possível observar o bonito visual das formações rochosas, ilhas e praias fluviais. Depois de atracar na margem, os visitantes seguem por uma trilha de 700 metros até a grota.



Última parada de Lampião e Maria Bonita


Turismo / Ecoturismo: Está localizada em Canindé de São Francisco a Usina Hidrelétrica de Xingó, onde acontecem visitas monitoradas, e também o Cânion de Xingó (ou Cânion do Talhado) onde se chega através de navegação pelo Rio São Francisco.
Atividades de ecoturismo: Canoagem, Mergulho, Rapel, Trekking



Como Chegar

Saindo de Aracaju, capital do estado, segue-se pela BR-235. Atravessa os municípios de Areia Branca, Itabaiana até chegar a sede da cidade de Ribeirópolis. Depois via SE-106 até Nossa Senhora da Glória. Em seguida segue pela rodovia SE-206, passa pelos municípios de Monte Alegre de Sergipe e Poço Redondo, até chegar a sede de Canindé de São Francisco, extremo oeste de Sergipe, divisa com os estado de Alagoas e Bahia.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A CAPITAL "ARACAJU"




Aracaju é um município brasileiro e capital do estado de Sergipe. Localiza-se no litoral, sendo cortada por rios como o Sergipe e o Poxim. De acordo com o Censo 2010, a cidade conta com 570.937 habitantes. Somando-se as populações dos municípios que formam a Grande Aracaju: Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão, o número passa para 835.564 habitantes. É apontada como a capital com menor desigualdade do Nordeste Brasileiro, como a cidade com os hábitos de vida mais saudáveis do País e a capital com menor índice de fumantes , segundo o Ministério da Saúde. O topônimo "Aracaju" deriva da expressão indígena "ará acaiú", que em tupi-guarani significa "cajueiro dos papagaios". O elemento "ará" significa "Papagaio" e "acaiú", "fruto do cajueiro". Anualmente, tem como comemorações marcantes em seu calendário festivo turístico os eventos do Pré-Caju, Forró Caju e o Verão Sergipe.





Pré-Caju é uma micareta e prévia carnavalesca que acontece anualmente na cidade de Aracaju, capital de Sergipe. Criada em 1992, a festa é considerada um dos maiores eventos desse tipo no Brasil e faz parte, oficialmente, do calendário turístico e cultural da cidade desde 1993.





Um dos maiores eventos juninos do nordeste do Brasil, com cerca de 140 atrações locais e nacionais reunidas durante 14 noites na praça de eventos entre os mercados Albano Franco e Thales Ferraz. O evento é gratúito e faz parte do calendário junino brasileiro. Organizada pela Prefeitura de Aracaju, a festa atrai um público de 1 milhão de pessoas em cada edição.



História

A história da cidade de Aracaju está fortemente relacionada à da cidade de São Cristóvão, pois era esta a antiga capital da capitania de Sergipe, atual estado de Sergipe. Foi a partir da decisão de mudança da cidade que abrigaria a capital provincial que Aracaju pôde existir e cresceu. Fundada em 1855, foi a primeira capital planejada de um estado brasileiro; seu formato remete a um tabuleiro de xadrez. Todas as ruas foram projetadas geometricamente, como um tabuleiro de xadrez, para desembocarem no rio Sergipe. Até então, as cidades existentes antes do século XVII adaptavam-se às respectivas condições topográficas naturais, estabelecendo uma irregularidade no panorama urbano. O engenheiro Pirro contrapôs essa irregularidade e Aracaju foi, no Brasil, um dos primeiros exemplos de tal tendência geométrica


São Cristóvão

No início da ocupação de povos não-indígenas onde hoje se encontra Aracaju e cidades vizinhas, esta região estava sob a jurisdição da capitania da Baía de Todos os Santos, que hoje é o estado da Bahia. A princípio, essa região era território do cacique Serigi, que dominava desde as margens do rio Sergipe até a do rio Vaza-Barris.
Em 1590, Cristóvão de Barros atacou as tribos do cacique Serigi e de seu irmão Siriri, matando-os e derrotando-os. Assim, no dia 1 de janeiro de 1590, Cristóvão Barros fundou a cidade de São Cristóvão junto à foz do rio Sergipe e definiu a capitania de Sergipe, ainda subordinada à Capitania da Baía de Todos os Santos. Mais tarde, a localização foi transferida para as margens do rio Poxim e, enfim, para o Rio Paramopama, afluente do Vaza-Barris.
Assim, São Cristóvão tornou-se a capital da província. Diferente do que aconteceu nos outros estados da Região Nordeste, a capital de Sergipe ficava a mais de vinte quilômetros de distância do mar. Desta forma seus portos, por onde passavam navios, ficavam nos rios.

ORLA DE ATALAIA

A Orla de Atalaia situa-se em Aracaju, no estado brasileiro de Sergipe. É considerada por muitos a mais bonita do nordeste senão a do país.
Excelente infra-estrutura com os hotéis e pousadas para todos os gostos e poderes aquisitivos.
O Governador João Alves Filho em seu governo ampliou as pistas e estacionamentos, o calçadão, criou os lagos, oceanário, praça de eventos e uma aérea exclusiva para as crianças denominado "Mundo Maravilhoso da Criança". Os skatistas foram lembrados também e, receberam uma pista muito boa para praticarem com segurança e representar o estado em competições.


Deu ênfase também para os bares situados tanto na Passarela do Caranguejo quanto os bares na areia que deu uma melhor estrutura.
Não podemos esquecer das inúmeras quadras de tênis, aprovada em nível internacional que sediou por 3 vezes a Copa Petrobrás de Tênis e ao Kartódromo Emerson Fittipaldi, com aprovação 5 estrelas por competidores de outros estados.
Sem contar que durante a noite a vista é incrível com o festival de luzes de várias cores, dando aquele espetáculo que o público mecere.


Vista da orla à noite

Os bares da orla foram planejados e padronizados, de tal forma que oferecem aos Sergipanos e Turístas, um ótimo ambiente, com bares espalhados por toda extensão da orla, com estacionamento a vontade e com uma variedade para todos os gostos.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"O FOLCLORE DE SERGIPE"

O folclore sergipano é rico e diverso. Muitos grupos já extintos em outras localidades do Brasil ainda atuam em algumas partes do Estado. Há uma preocupação constante na preservação dessas manifestações, cujas origens são em sua maioria africanas e portuguesas. Louvações e representação de passagens históricas são os principais componentes do folclore sergipano, expondo a conotação religiosa característica desta forma de expressão.


Cacumbi

Cacumbi - Folclore - SergipeNão se sabe ao certo a origem do Cacumbi, acredita-se que é uma variação de outros autos e bailados como Congada, Guerreiro, Reisado e Cucumbi.
O grupo apresenta-se na Procissão de Bom Jesus dos Navegantes e no Dia de Reis, quando a dança é realizada em homenagem a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Pela manhã, os integrantes do grupo assistem à missa na igreja, onde cantam e dançam em homenagem aos santos padroeiros. Depois das louvações, o grupo sai às ruas cantando músicas profanas e, à tarde, acompanham a procissão pelas ruas da cidade.
Seus personagens são o Mestre, o Contra-Mestre e os dançadores e cantadores; o grupo é composto exclusivamente por homens. Os componentes vestem calça branca, camisa amarela e chapéus enfeitados com fitas, espelhos e laços. Só o Mestre e o Contra-Mestre usam camisas azuis. O ritmo é forte, o som marcante e o apito coordena a mudança dos passos. Os instrumentos que acompanham o grupo são: cuíca, pandeiro, reco-reco, caixa e ganzá.
Em Sergipe, o Cacumbi é encontrado nos municípios de Lagarto, Japaratuba, Riachuelo e Laranjeiras.


Cangaceiros

Cangaçeiros - Folclore - SergipeEm 1960, Azulão, um dos homens de Lampião, formou um grupo composto de 17 homens e 2 mulheres (representando Maria Bonita e Dadá), vestidos de cangaceiros e, com eles saiu cantando e dançando em ritmo de forró pelas ruas de Lagarto; costume vivo até hoje, revivendo as estórias e histórias de Lampião cantadas e decantadas em prosa e verso.
O grupo tem como indumentária chapéus de couro enfeitados, camisas de mangas longas com divisas nos ombros, jabiracas coloridas ou lenço no pescoço, cartucheiras, espingardas e sandálias de couro grosso.
Em Sergipe, a manifestação permanece viva nos municípios de Lagarto e Própria

 


Chegança

Dança que representa em sua evolução a luta dos cristãos pelo batismo dos Mouros. A apresentação sempre acontece na porta de igrejas, onde uma embarcação de madeira é montada para o desenvolvimento das jornadas.
A predominância é do azul e do branco. O padre, o rei e os Mouros (personagens da Chegança), utilizam outras tonalidades. O pandeiro é o principal instrumento de acompanhamento, eles utilizam também apitos e espadas. Bastante teatral, a apresentação completa da Chegança demora, geralmente, 60 minutos.
A influência do Samba em Sergipe

O samba é um gênero musical e tipo de dança popular brasileira cuja origem remonta à África. Os negros escravos que chegaram a Sergipe no início do século 17 trouxeram uma bagagem cultural muita significativa, com ritmos e cânticos que aos poucos foram sendo assimilados pelos portugueses e brasileiros. Essa mistura de culturas produziu um tipo de samba, marcado por batidas suaves e sincopadas.
Sergipe é responsável pela absorção do samba em outras manifestações folclóricas, existentes até hoje. Em várias partes do Estado, mas principalmente no Litoral Sul, grupos folclóricos como Batucada, Samba de Coco e Pisa Pólvora, são exemplos vivos da raiz mais pura do Samba.


Guerreiro

Auto natalino, que carrega marcas do Reisado. Sobre as origens conta a lenda popular que uma rainha, em um passeio acompanhada de sua criada de nome Lira e dos guardas (Vassalos), conhece a apaixona-se por um índio chamado Peri. Para não ser denunciada, manda matar Lira. Mesmo assim, o rei toma conhecimento do fato e, na luta contra o índio Peri, morre.
      A dança é composta de jornadas - uma seqüência de cantos e danças -, que são apresentadas de acordo com os personagens de cada grupo, sendo um dos pontos culminantes a luta de espadas, travada entre o Mestre e o índio Peri. Os principais personagens do Guerreiro, além do Mestre – que comanda as apresentações -, e do índio Peri, são: o Embaixador, a Rainha, Lira, o Palhaço e os Vassalos.
      Os instrumentos que acompanham o grupo são sanfona, pandeiro, triângulo e tambor. Destacam-se os trajes coloridos e ricamente enfeitados.

 


Lambe Sujo e Caboclinho

Lambe Sujo e Caboclinho - Folclore - SergipeSão dois grupos folclóricos unidos num folguedo que se baseia no episódio da destruição dos quilombos. O grupo dos Lambe-Sujos é formado por meninos e homens totalmente pintados de preto, usando uma mistura de tinta preta e melaço de cana-de-açúcar para ficar com a pele brilhosa. Eles usam short e um gorro de flanela vermelha. Nas mãos, uma foice, símbolo de luta pela liberdade. Fazem parte do grupo o Rei”, a Rainha e a “Mãe Suzana”, representando uma escrava negra.
Após uma alvorada festiva, os Lambe-Sujos saem às ruas, acompanhados por pandeiros, cuícas, reco-recos e tamborins, roubando diversos objetos de pessoas da comunidade que são guardados no “mocambo”, armado em praça pública. A devolução dos objetos é feita mediante contribuição em dinheiro pelo proprietário do objeto roubado.
Junto com os Lambe-Sujos se apresentam os Caboclinhos, que pintam o corpo de roxo-terra e usam indumentária indígena: enfeites de penas, cocar e flecha nas mãos.
A brincadeira consiste na captura a rainha dos Caboclinhos pelos Lambe-Sujos, que fica aprisionada. À tarde, há a tradicional “batalha” pela libertação da rainha, da qual os Caboclinhos saem vitoriosos.
O grupo musical que acompanha o folguedo é composto por ganzás, pandeiros, cuícas, tambores e reco-recos.
Hoje, a "Festa de Lambe-Sujo", como é conhecida, tornou-se uma das mais importantes da cidade de Laranjeiras, acontecendo sempre no segundo domingo de outubro.

 


Maracatu

O Maracatu originou-se da coroação dos Reis do Congo. Não sendo propriamente um auto, não tem um enredo ordenado para sua exibição.
Integram ao cortejo real, lembrança da célebre rainha africana Ginga de Matamba, o Rei, a Rainha, o Príncipe e a Princesa, Ministros, Conselheiros, Vassalos, Lanceiros, a Porta-bandeira, Soldados, Baianas e tocadores. E as “Calungas”, bonecos representando Oxum e Xangô. Em geral o cortejo é formado por integrantes negros. Vestidos de cores extravagantes, os participantes do cortejo seguem pelas ruas da cidade cantando e saracoteando, entre umbigadas, cumprimentos e marchas. Não existe uma coreografia especial.
Algumas das cantigas são proferidas numa presumível língua africana, tambor, chocalho e gonguê são os instrumentos musicais que acompanham o cortejo.
 Tendo o Maracatu perdido a tradição sagrada, hoje, é considerado um grupo carnavalesco, de brincadeira s de rua, que, em Sergipe, é encontrado nos municípios de Brejo Grande e Japaratuba.


Parafusos

Parafusos - Folclore - SergipeConta-se que no tempo da escravidão, os escravos negros fugitivos saíram à noite para roubar as anáguas das sinhazinhas deixadas no quaradouro. Cobrindo todo corpo até o pescoço, sobrepondo peça por peça, nas noites de lua cheia saíram pelas ruas dando pulos e rodopiando em busca da liberdade. A superstição da época contribuiu para que os senhores ficavam apavorados com tal assombração - acreditando em almas sem cabeça e outras visagens - e não ousavam sair de casa.
Após a libertação, os negros saíram pelas ruas vestidos do jeito como faziam para fugir dos seus donos. Nasceram assim os parafusos.
Trajando uma seqüência de anáguas, cantarolando, pulando em movimentos torcidos e retorcidos, um grupo exclusivamente de homens – representando os escravos negros – formam o grupo folclórico “Parafuso” da cidade de Lagarto.
Os instrumentos que acompanham o grupo são triângulo, acordeom e bombo.

 


Reisado

Reisado - Folclore - SergipeO Reisado, de origem ibérica, se instalou em Sergipe no período colonial. É uma dança do período natalino em comemoração do nascimento do menino Jesus e em homenagem dos Reis Magos. Antigamente era dançado às vésperas do Dia de Reis, estendendo-se até fevereiro para o ritual do “enterro do boi”. Atualmente, o Reisado é dançado, também, em outros eventos e em qualquer época do ano.
A cantoria começa com o deslocamento do grupo para um local previamente determinado, onde é cantado “O Benedito”, em louvor a Deus, para que a brincadeira seja abençoada e autorizada. A partir daí, começam as “jornadas”. O enredo é formado pelos mais diversos motivos: amor, guerra, religião, história local, etc., apresentado em tom satírico e humorístico, originando um clima de brincadeira.
O Reisado é formado por dois cordões que disputam a simpatia da platéia e são liderados pelas personagens centrais: o “Caboclo” ou “Mateus” e a “Dona Deusa” ou “Dona do Baile”. Também se destaca a figura do “Boi”, cuja aparição representa o ponto alto da dança. Os instrumentos que acompanham o grupo são violão, sanfona, pandeiro, zabumba, triângulo e ganzá.
O Reisado tem como característica o uso de trajes de cores fortes e chapéus ricamente enfeitados com fitas coloridas e espelhinhos.


São Gonçalo

São Gonçalo - Folclore - SergipeDança em homenagem a São Gonçalo do Amarante, que segundo a lenda, teria sido um marinheiro que tirou muitas mulheres da prostituição, através da música alegre que fazia com a viola. A dança é acompanhada por violões, pulés (instrumentos feitos de bambu), e caixa. A caixa é tocada pelo "patrão" - homem vestido de marinheiro, como alusão a São Gonçalo do Amarante. O grupo dança em festas religiosas e pagamento de promessas. É composto em suas maioria por trabalhadores rurais, que se vestem de mulher, representando as prostitutas. Um dos grupos mais apreciados pela singeleza da dança e da música.

Apesar de louvar um Santo católico, a dança lembra movimentos de rituais afro. Mais uma vez isso fica comprovado também na letra das músicas. Um dos versos mais conhecidos do São Gonçalo diz: “Vosso reis pediu uma dança, é de ponta de pé, é de ‘calcanhá’. Onde mora vosso reis de Congo...”

São Gonçalo Pares - Folclore - Sergipe
Os movimentos muito sensuais parecem mais um jogo de conquista, já que os dançadores representam prostitutas que São Gonçalo recuperou através da dança. Não é à toa que os homens se vestem com saias, fitas coloridas e colares. Tudo isso serve para simbolizar as prostitutas.

A religiosidade do grupo é visível. Assim que começa a brincadeira eles fazem o sinal da cruz. Quando termina também. Para acompanhar o gesto, os brincantes cantam: “Nas horas de Deus amém. Padre, Filho, Espírito Santo. Essa primeira cantiga que pra São Gonçalo eu canto”.

São Gonçalo morreu em 1262 e foi canonizado somente em 1561. O rei de Portugal Dom João III, um grande devoto, foi um dos primeiros a empenhar-se para a beatificação do Santo em Roma. Em Portugal a sua festa é realizada em Amarante, no dia 7 de Junho.

 

Taieira

Taieira - Folclore - SergipeGrupo de forte característica religiosa tendo por objetivo a louvação a São Benedito e a Nossa Sra. do Rosário, ambos padroeiros dos negros no Brasil. É da imagem dessa santa que se retira a coroa para colocar na cabeça da "Rainhas das Taieiras" ou "Rainha do Congo". Durante a missa na Igreja de São Benedito, em Laranjeiras, as Taieiras, grupo de influência afro, participa efetivamente do ritual cristão numa demonstração clara do sincretismo religiosos entre a Igreja Católica e os rituais afro-brasileiros. O momento da coroação é o ápice da festa que se realiza sempre no dia 06 de janeiro, nessa igreja.
Taieira - Folclore - SergipeTocando quexerés (instrumentos de percussão) e tambores, as Taieiras, trajando blusa vermelha cortada por fitas e saia branca, seguem pelas ruas cantando cantigas religiosas ou não.
Este evento é definido como uma das mais claras demonstrações de sincretismo, com santos e rainhas, procissões e danças misturados num mesmo momento de celebração.

 

Cacumbi


Dança realizada em homenagem aos padroeiros dos negros, São Benedito e N. Sra. do Rosário. Composto exclusivamente por homens, o Cacumbi traça uma perfeita arrumação de seus componentes no contorno e no ritmo.
A festa é rítmica, o som é marcante e o apito coordena a mudança dos passos. Chapéus enfeitados por fitas e espelhos, cores vivas e muita alegria marcam o espetáculo.

 


Zabumba

Zabumba - Folclore - SergipeZabumba é o nome popular do “bombo”, um instrumento de percussão. O termo, também, é usado para denominar o conjunto musical composta por quatro integrantes, todos do sexo masculino, conhecido como “Banda de Pífanos”. Em Sergipe, as apresentações da Zabumba acontecem em rituais de pagamento de promessas, datas comemorativas, festas religiosas e festivais de cultura popular.



GRUPOS FOLCLÓRICOS DO CICLO JUNINO

Bacamarteiros

Bacamarteiros - Folclore - Sergipe

Costume e tradição do município de Carmópolis. Os Bacamarteiros comemoram a noite de São João (24 de junho) com dança, música e muitos tiros de bacamarte (espécie de rifle artesanal). O grupo é composto por mais de 60 participantes, entre homens e mulheres. As mulheres trajam chapéu de palha e vestido de chita, dançam sempre em círculo, enquanto os homens, que ficam atrás, vão disparando tiros de bacamarte, de acordo com o desenrolar da dança.



Batucada

Manifestação folclórica bastante difundida no município de Estância. Os instrumentos de percussão - tambor, reco-reco, ganzá e triângulo - e o compasso rítmico das batidas dos pés são as características mais marcantes.
A Batucada é composta de 100 a 150 figurantes, homens e mulheres, que vestem indumentárias típicas do ciclo junino. Na cabeça, todos usam chapéus de palha e nos pés tamancos de madeira.



Samba de Coco

Uma dança acompanhada de cânticos, a origem é africana, mas com forte influência indígena. A marcação do ritmo é forte, feita através dos sapateados e das palmas.
Sua origem africana está ligada intimamente à formação dos quilombos. Os negros que fugiam das senzalas se reuniam em locais distantes - quilombos, e para passar o tempo ocioso cantavam enquanto praticavam o ritual da quebra do coco, retirando a “coconha” (amêndoa), para o preparo dos alimentos. No Samba de Coco, o tirador do coco, também chamado de coqueiro, é quem puxa os versos, que são respondidos pelo coro dos participantes. Os versos podem ser tradicionais e improvisados e aparecem nas mais variadas formas, quadras, sextilhas, décimas, etc.
No Samba de Coco o canto é marcado pelos instrumentos de percussão: cuícas, pandeiros, ganzás, bombos, tambores, chocalhos, maracas e zabumbas que acompanham a sanfona.
Enquanto dançam, sapateando e pisando forte no chão, os participantes batem palmas e cantam, girando sem parar, desenvolvendo passos e requebros.
A indumentária é simples. As mulheres usam vestidos estampados, com saias rodadas e cinturas marcadas, e os homens, calças comuns e camisas identicamente estampadas. Nos pés, usam tamancos de madeira que ajudam a sonorizar o ato da pisada no chão.



Sarandaia

A Sarandaia, realizada em Capela, é a junção de dois grupos folclóricos: Zabumba e Bacamarteiros. No dia 31 de maio, à meia-noite, eles saem às ruas pedindo brindes para ajudar a compor o mastro. O cortejo invade a noite com muita gente dançando ao ritmo da zabumba e os estouros dos bacamartes.

 


Pisa-Pólvora

Um ritual, uma dança folclórica, muito parecida com a Batucada, ambas manifestações populares com forte expressividade no município de Estância. A finalidade maior do Pisa-Pólvora é preparar a pólvora para as sensacionais batalhas de busca-pés e para os barcos de fogo, abrindo os festejos juninos da cidade.
A dança é realizada em torno de um pilão, onde estão colocados o enxofre, o salitre e o carvão, substâncias utilizadas no preparo da pólvora. Homens e mulheres costumam participar, vestidos à moda caipira, cantando e dançando ao som de ganzás, tambores, triângulos, reco-reco e porca.
O ritual é uma herança dos tempos da escravidão; os negros costumavam realizar as tarefas, dançando, pisando forte no chão e tirando versos de improviso.


Fonte: site-http://www.conhecasergipe.com.br/folclore_sergipano.asp

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"UM POUCO DA HISTÓRIA DE SERGIPE"



História de Sergipe - O nome Sergipe origina-se do tupi si´ri ü pe, que significa “rio dos siris”. Mais tarde foi adotado Cirizipe ou Cerigipe, que significa "ferrão de siri”, nome de um dos cinco caciques que se opuseram ao domínio português.
As origens do Estado de Sergipe datam de 1534, quando a divisão do Brasil em capitanias hereditárias integrou o território sergipano à Capitania da Baía de Todos os Santos. Desta época, até conseguir sua autonomia, a região passou por invasões de piratas, expulsão de índios, domínio de holandeses, retomada do governo português, até chegar à província independente.
A ausência de portugueses nas terras sergipanas incentivou a invasão de piratas franceses que contrabandeavam pau-brasil. A necessidade de colonização era urgente. Além de bloquear a ação de intrusos, a conquista das terras facilitaria a comunicação com a importante região de Pernambuco. A primeira tentativa de colonização aconteceu em 1575, com os jesuítas, que encontraram forte resistência dos índios. A conquista definitiva aconteceu em 1590, após violentos combates pela posse da terra, resultando no domínio dos índios por parte das tropas portuguesas comandadas por Cristóvão de Barros.
Por ordem da Coroa portuguesa Cristóvão de Barros fundou o Arraial de São Cristóvão, sede da capitania, à qual deu o nome de Sergipe Del Rey. Com o crescente povoamento de Sergipe, inicia-se a criação de gado e o plantio de cana-de-açúcar. O gado serviu de base para a economia, mas foi superado pela cana-de-açúcar, cultivada principalmente no Vale do Cotinguiba. O cultivo da cana trouxe os primeiros escravos da África para trabalhar na lavoura.
A presença dos holandeses no Brasil, em 1637, deixou marcas em Sergipe. Ao contrário da invasão a Pernambuco, que resultou em conseqüências positivas, em Sergipe foi só destruição. Em São Cristóvão, ocupam e incendeiam a cidade, destruindo lavouras, roubando gado, desestruturando toda a vida social e econômica da área. Somente em 1645 as terras são retomadas pelos portugueses e é reiniciado o processo de povoamento e recuperação da economia.

ÍNDIO TAPÚIA


Em 1696 foi criada a comarca de Sergipe, separada da Capitania da Bahia. Em seguida, surgem as vilas de Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia, Vila Nova do São Francisco e Santo Amaro das Brotas. A autonomia durou pouco, e em 1763 Sergipe foi novamente anexado à Capitania da Bahia. Mas a consciência da capacidade econômica de Sergipe, que era responsável por um terço da produção açucareira baiana, e as constantes intervenções na vida sergipana provocaram vários protestos contra a dependência. Foi então que, em 8 de julho de 1820, Sergipe volta a ser autônomo, elevado por Dom João VI à categoria de Província do Império do Brasil.
A prosperidade com a produção e exportação de açúcar leva à transferência, em 1855, da capital São Cristóvão para o povoado de Santo Antônio de Aracaju. A nova capital é uma das primeiras cidades planejadas do Brasil, com seu traçado geométrico de ruas direcionadas às margens do rio Sergipe.
O império declinava e forma-se na cidade de Laranjeiras o Partido Republicano, que em 1889 consegue eleger seus primeiros representantes para o Congresso Federal. Em 1892 é promulgada a primeira Constituição do Estado de Sergipe.

Referências Bibliográficas
Para conhecer melhor a história de Sergipe:
BARRETO, Luiz Antônio (Org.). Sergipe, 100 anos de história constitucional. Aracaju: Assembléia Legislativa do Estado de Sergipe, 1992.
BEZERRA, Felte. Etnias sergipanas. Coleção Estudos Sergipanos VI. Aracaju: Governo do Estado de Sergipe, 1984.
CARVALHO NETO, Paulo de. Folclore sergipano. Aracaju: Sociedade Editorial de Sergipe, 1994.
DANTAS, Orlando Vieira. Vida Patriarcal de Sergipe. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
FARIA, Rosa. Sergipe passo a passo pela sua História. Aracaju: s/ed., 1995.
FREIRE, Felisbelo. História de Sergipe. 2ª edição. Petrópolis: Vozes e Governo do Estado de Sergipe, 1977.
DINIZ, Diana Maria do Faro Leal (Coord.). Textos para a História de Sergipe. Aracaju: Universidade Federal de Sergipe e Banese, 1991.
WYNNE, J. Pires. História de Sergipe Vol. II (1930 – 1972). Rio de Janeiro: Ed. Pongetti, 1973.